Chiu! Descubra os bastidores do Hotel de Crillon...

Chapô: No número 10 da Place de la Concorde, um mito parisiense prepara o seu regresso. O hotel de Crillon abre finalmente as portas, após 4 anos de obras. Nós esgueirámo-nos lá por dentro, uns dias antes da abertura, para falarmos com alguns dos intervenientes deste renascimento.

Ensaio geral. Aqui, fixava-se a balaustrada trabalhada de uma escadaria. Ali, provavam-se cocktails para encontrar a bebida ideal de cada pessoa. Por toda a parte, contavam-se os dias, as horas, antes de se poder, finalmente, abrir bem abertas as portas do novo Crillon.

O Diretor, Marc Raffray, recebeu-nos no Salon des Batailles, para nos dar a sua definição do Palácio do século XXI.
“É preciso limpar o pó ao palácio! De resto, aqui, estamos muito mais num espírito de residência do que de hotel. Vamos permitir a cada hóspede que se sinta um pouco parisiense, durante a sua estadia, que tome parte ativa na cidade. Este é o papel dos porteiros. E isso passa também por certos pormenores, como o guarda-roupa, que não é um uniforme, e que permite a cada um dos meus colaboradores sentir-se bem, incarnar uma certa arte de viver à la française”.

O Chefe de Cozinha, Christopher Hache,apresentou-nos o seu novo restaurante: “L’Ecrin”.
E contou-nos o que andou a fazer durante estes 4 últimos anos...“Aproveitei o encerramento do Crillon para viajar. Os nossos clientes viajam muito. É interessante saber como vivem lá fora. Fui recebido nas cozinhas dos melhores chefes do mundo, em Nova Iorque, no Chile, no Perú, em Singapura, no Japão... Quando regressei, pude inventar o restaurante que eu queria, dar um toque de criatividade por toda a parte, e não apenas no prato. O que eu queria, mesmo, era ter um pequenino restaurante, para acarinhar os meus 24 pratos e oferecer-lhes uma verdadeira experiência todas as noites.”

Estelle Lamotte, Diretora de Restauração, juntou-se a nós no espaço reinventado do antigo restaurante.
Transformado em fabuloso bar, o local não renega o seu nome: “Les Ambassadeurs”.“Um pouco antes da abertura, passa-se da teoria à prática, para que a dança que cada serviço representa se torne fluida, natural. O meu desafio é permitirque cada um dos meus colaboradores possa interagir com os nossos clientes com entusiasmo, sinceridade e espontaneidade. Porque o luxo, atualmente, é o tempo que dedicamos aos outros, e que nos dedicam a nós. A troca de sensações que ocorre no momento de um serviço é primordial.”

Tristan Auer, Designer, revelou-nos os novos espaços, elegantemente masculinos, da Barber Shop, do Salão de Cera e da Sala de Fumadores.
“Tudo se joga na colocação milimétrica dos acentos, no rigor da iluminação. No ritmo que se cria, no percurso de um cliente, para lhe permitir sentir sempre que a atenção lhe é dirigida. O estilo pouco importa. No fundo, poderíamos ter feito uma coisa em estilo neopunk, também iriafuncionar bem! Não se volta ao Crillon porque é bonito, mas porque aí nos sentimos bem.”

Por fim, o arquiteto, Richard Martinet, veio ao nosso encontro no primeiro andar, no Salão Marie-Antoinette, e foi aí que nos contou a aventura destes quatro últimos anos.
“Temos muitos músicos. 5 decoradores. 147 empresas ligadas às artes e ofícios. Até 800 pessoas mobilizadas no estaleiro ao mesmo tempo... A nossa tarefa foi coordenar tudo isso, de modo a ouvir apenas uma única música. Esta música é a do Crillon. Um hotel muito luxuoso, mas sem ostentação. Quase íntimo. É a escala que faz toda a diferença, já que, originalmente, isto era uma residência particular.”

Para descobrir a sequência da história, marcamos encontro a partir de 5 de julho, no nº 10, Place dela Concorde.

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