Descobrir Amboise com Thierry, greeter

Apaixonado por Amboise, que ele conhece como a palma da mão, Thierry é greeter desde 2016. Professor de inglês no dia a dia, ele oferece visitas insólitas aos turistas franceses e estrangeiros. Hoje ele nos conta quais são seus locais favoritos.

Você e Amboise, uma longa história?
Moro aqui há quase dez anos, mas conheço a cidade desde pequeno. Meus pais são daqui, e a atravessamos com frequência para ir à região parisiense.

O que deve absolutamente ser visitado?
Pelo menos um dos castelos, bem no centro da cidade: o castelo real, o do Clos Lucé, o castelo Gaillard...

Uma ideia de atividade insólita?
Amboise é rodeada e atravessada pelas águas, como seu nome indica: “Ambacia”, “entre duas águas”. O transporte das mercadorias não é mais feito pelo Loire, mas dá para passear de canoa ou de barca chata, para descobrir a flora e a fauna. Outra anedota: o rio real recebe as águas do riacho Amasse, que antigamente circulava na superfície e passava bem ao lado do centro de informações turísticas. Ele foi canalizado debaixo das ruas no começo do século 20, e dá para imaginar seu circuito seguindo a rua “Quai des Marais”.

Qual é o segredo mais bem guardado aqui?
O subterrâneo de Amboise é um verdadeiro queijo gruyère. Segundo a lenda, o rei Francisco I ia visitar Leonardo da Vinci fazendo o circuito do castelo real ao Clos Lucé por galerias secretas, escondidas do público. Quantas outras passagens ainda existem, atrás das portas condenadas?

E o seu segredo?
Moro numa casa troglodita, em pleno centro. Imagina só, nossos ancestrais cavando galerias, em busca de tufas calcárias, que serviram para construir castelos. Esses lugares serviram, depois, como abrigos para pessoas e animais, colheitas, etc. Diz-se que minha casa foi uma tabacaria. Hoje, muitas são alugadas aos turistas; a mudança de cenário é garantida! Eu também proponho, aliás, uma visita à minha casa.

Que outras descobertas você propõe?
Ir a lugares altos, para ter vistas incríveis da cidade e do Loire, depois descer por pequenas ruas, fazer caminhos diferentes. Indico também fazer o itinerário do Loire de bicicleta, ir à feira para quem quer comprar produtos locais e à “Île d'Or” para aproveitar a natureza.

O seu “top 3” para...
Uma bela paisagem: Subir os degraus no começo da rua Victor Hugo e entrar na parte de trás dos jardins do castelo real. Há uma vista de tirar o fôlego para todo o Loire e o centro, com uma mesa de orientação. Dá para enxergar bem longe: florestas, a Pagode de Chanteloup, etc.
Tomar um café, uma bebida: Neste ano, vários lugares simpáticos abriram em pleno centro. Eles organizam eventos regularmente, do quais eu participo, claro. Tem o coffee shop “Eight o'clock”, na frente do castelo, no pátio (atrás do restaurante “Chez Bruno”, bem conhecido). Na terça-feira de manhã, tem oficina de desenho: alguém posa de modelo e aprendemos juntos, falando inglês e degustando deliciosos cafés e bolos. Outro lugar: o bar-cervejaria “Art is an ale”, de um casal franco-americano. Dá para ver como as cervejas são fabricadas. Ele fica aberto até as 22h (até a meia-noite no verão) e tem happy-hour das 16h às 19h. Na segunda-feira à noite, tem jam session; as pessoas vêm com seus instrumentos e eu as acompanho cantando.
Comprar bons produtos: O Comptoir des Reines, uma loja que fica um pouco longe do centro, 91 rue Victor Hugo, entre os castelos. Eles vendem produtos orgânicos refinados (vinho, mel, geleia, chá de ervas, etc.) de produtores que eles conhecem. E também incríveis echarpes feitas na França! Às vezes dá para encontrar na loja uma designer de moda, que realiza peças únicas.