Laurence Equilbey, a medida inesperada

Laurence Equilbey está, definitivamente, onde menos se espera. Maestrina brilhante, nunca deixa de desenvolver conceitos que aliam repertório clássico e modernidade. A sua prioridade: partilhar com um público que pretende que seja cada vez maior. Aposta superada!

A minha história

Sempre trabalhei a direção de orquestra e a direção de coro em paralelo. Também cantei num coro para ganhar a vida quando estava em Viena! O canto é uma das bases dos músicos. Foi assim que nasceu o meu conjunto vocal, Accentus, em 1991, e, quatro anos depois, o Jeune Chœur de Paris no CRR de Paris, curso destinado aos jovens cantores. A educação, a transmissão, fazem parte das minhas prioridades. Neste sentido, intervenho através de veia artística e digital. Dirigi esta formação durante 10 anos.
Paralelamente à minha atividade de maestrina convidada, tive a oportunidade de criar com o Conselho Departamental de Hauts-de-Seine um conjunto de instrumentos de época, Insula Orchestra e, desta forma, explorar o Século das Luzes e os grandes repertórios ou os menos conhecidos de 1750 a 1850. Atualmente, Insula Orchestra conta com entre 8 e 10 produções por ano para cerca de quarenta concertos em França e no estrangeiro.»

Uma iniciativa decididamente contemporânea

Em 2009, Laurence Equilbey esteve na origem do projeto Private Domain que convida a electro e a pop para a música clássica. Em concreto, artistas como Marc Collin (Nouvelle Vague), Murcof (produtor tecno) ou Rosemary Standley (cantora do grupo Moriarty) revisitam grandes clássicos de Purcell, Bach ou Monteverdi. «A Paixão segundo São João de Bach é de uma incrível modernidade, com o seu baixo obstinado bastante regular. A minha abordagem artística pretende recriar o estado de choque dos contemporâneos de Johann Sebastian Bach.» Foi também uma boa maneira de alcançar os neófitos, o grupo que surgiu, nomeadamente, no festival Printemps de Bourges!

Paralelamente, Laurence Equilbey distingue-se com projetos online bastante inovadores. Em outubro de 2013, cria a surpresa no Castelo de Versalhes com dois Flashmobs’Art: músicos da Insula Orchestra fizeram uma representação da Dança das Fúrias da ópera Orfeu e Eurídice com as bailarinas-estrela Alice Renavand e Marie-Agnès Gillot enquanto decorria um solo de flauta Orfeu nos Campos Elísios na plateia de Água.

Surpresa, mas também abertura, com a criação de web-séries (ver vídeos): a equipa de Laurence Equilbey imaginou uma docuficção em forma de sitcom que permite comunicar de outra forma, mas, sobretudo, instruir de forma lúdica seguindo as aventuras de Lorenzo, um jovem apaixonado por música clássica!

O último projeto em termos de data, e de grande dimensão, em abril de 2017 será inaugurada a Cidade Musical Departamental da Île Seguin, em Boulogne-Billancourt. Uma grande sala de 4000 lugares será dedicada às músicas atuais (pop, comédia musical,...) e um Auditório acolherá a música clássica e contemporânea: «Adoro a ideia de os públicos se cruzarem!». Insula Orchestra aí permanecerá, o que lhe permitirá explorar formas diferentes (formatos flash de 20 minutos, before, after), colaborar com artistas (o coreógrafo Yoann Bourgeois, o conjunto catalão La Fura dels Baus, a encenadora Séverine Chavrier…) e convidar maestros e outros conjuntos.

O meu ADN

O seu mentor? «O maestro alemão Nikolaus Harnoncourt»
3 palavras ou adjetivos para o qualificar? «Inovação, correr riscos artísticos, partilha com o público.»
O que faz nos seus tempos livres? «Vejo os meus amigos, exposições (Palácio de Tóqui, Museu de Arte Moderna, Beaubourg, galerias do Marais…), espetáculos ou filmes no Cinema dos Cineastas, onde vou de olhos fechados, pois a programação é excelente...»

A minha Playlist

«Adoro ouvir tecno, variedade, Rock: Léonard Cohen, Janis Joplin, Rolling Stones, Barbara, Véronique Sanson, Damien Rice, Emilie Simon ou Olivia Ruiz.» Um trecho a ouvir em família? « Damien Rice, Sleep, don’t weep »

Um trecho a ouvir entre amigos? « Leonard Cohen, Famous Blue Raincoat » Um trecho para levantar a moral? « Bach, Oratorio de Noël, Jauchzet, Frohlocket » Um trecho para fazer a festa? « Aaron, Embers » Um trecho para seduzir? « Schubert, Le Pâtre sur le Rocher » Um trecho para se casar? « Mendelssohn, Songe d’une Nuit d’été, Marche nuptiale »

A minha cidades

Paris inspira-me, é uma cidade excecional. Adoro os cais do Sena ao nível do Grand Palais, é bastante arejado, tem uma bela perspetiva, com a Ponte Alexandre III, que beleza! O meu Montmartre é preservado do comércio, só há um café, poucos carros. »

3 adjetivos para qualificar Paris?
«Inspiradora, íntima (nasci aí, tudo me é familiar), evasiva (ao mesmo tempo cidade-museu e cidade dinâmica... mas atenção, cada época pode deixar sempre a sua marca!)»
Um aroma? «Os castanheiros em flor»
Um ruído? «O chilrear dos pardais»
Um sabor? «O café»
Uma vista? «A partir de Montmarte sobre toda a cidade de Paris»

As minhas moradas e locais

Um restaurante gastronómico? «La Dame de Pic»20, rue du Louvre, 75001 Paris+33 1 42 60 40 40
Um bistrot? «Le Mordant»61, rue de Chabrol, 75010 Paris+33 9 83 40 60 04
Para tomar um copo? «Chez Marcel»1 villa Léandre, 75018 Paris
Um local para fazer compras? «La rue de Grenelle»6º e 7º arrondissments de Paris
Um local onde se instruir? «La Philharmonie de Paris»221, avenue Jean Jaurès, 75019 Paris
Um local para um espetáculo? «A Ópera de Paris»8, rue Scribe, 75009 Paris
Um local para descontrair, sonhar, vaguear? «Montmartre»18º arrondissement de Paris

Boulogne-Billancourt 

Quai Georges Gorse, 92100 Boulogne-Billancourt